Todos nós estamos nos desenvolvendo, a todo momento. Durante o trabalho, com a equipe, na rua, com amigos, e em casa, com a família. Nem paramos para pensar em tudo o que absorvemos, dia após dia. Vamos mudando e nos moldando, sem perceber. Nós, seres humanos, somos uma combinação única de consciente e subconsciente. Nesta evolução dinâmica, há muito por trás de nossas emoções e comportamentos, que, muitas vezes, não percebemos ou entendemos.
O autoconhecimento, palavra chave e ponto de partida em todas as teorias e práticas mais relevantes de desenvolvimento humano, se refere à possibilidade de trazermos nosso subconsciente para a nossa consciência, de passarmos de inconscientes para conscientes. Quando sabemos quem somos e o que carregamos dentro de nós, podemos trazer as percepções para o consciente e escolher os caminhos que queremos seguir. Desta forma, passamos a ter o poder de escolha e decisão – deixando de ser guiados por instintos, e nos comportando de forma intencional. Nos tornamos donos de nossa própria vida.
Como podemos aprofundar nosso autoconhecimento e trabalhar para a expansão de nossa consciência, de forma a avançarmos na realização das nossas metas e na conquista de satisfação com nossa vida?
Não há resposta única para esta pergunta, mas muitos e variados caminhos. O que estes caminhos têm em comum? A necessidade de se desacelerar para se olhar para dentro e acessar nossa sabedoria. Parar, respirar e refletir. O que é prioridade ou deveria ser; descobrir quem somos, descobrir nossos valores, descobrir nossas crenças.
Para falarmos sobre valores vamos recorrer a Richard Barrett, reconhecido internacionalmente como um dos mais influentes pensadores nos temas liderança e evolução dos valores humanos nos negócios e na sociedade. Ele preconiza que os valores refletem nossas necessidades, e são os propulsores para nossa realização pessoal. Ou seja, as decisões que tomamos são baseadas em nossos valores. Esses valores (reflexo de nossas necessidades), são dinâmicos e mudam no decorrer de nossa vida. Uma menina de dez anos tem valores e prioridades diferentes dos de uma pessoa de 35 ou 50 anos, por exemplo. Como cidadãos, na vida pessoal e profissional, esses princípios fazem parte da nossa existência e sempre lutaremos para que sejam uma realidade.
Barrett baseou seu trabalho na teoria da hierarquia das necessidades, do psicólogo norte-americano Abraham Maslow, mas o expandiu para níveis mais elevados com base no trabalho de outros pensadores, desenvolvendo o modelo dos sete níveis de consciência: 1, Viabilidade; 2, Relacionamentos; 3, Desempenho; 4, Evolução; 5, Alinhamento; 6, Colaboração, e 7, Contribuição. Os valores mudam de acordo com as circunstâncias da vida, e podem mudar ao longo do tempo. Cada pessoa se desenvolve do seu jeito, mas com base em um processo universal de evolução.
Temos valores que nos diferenciam, e valores que compartilhamos uns com os outros. Dentre os universais estão nossa necessidade de saúde e segurança, pertencimento, e o atingimento da excelência no que fazemos. Estes valores refletem nossas necessidades físicas e emocionais. A partir do momento que nos sentimos satisfeitos em relação à nossa capacidade de suprir estas necessidades, passamos a aspirar por valores cognitivos (de aprendizado), e espirituais. Queremos ser reconhecidos, ser líderes, ter independência financeira. E depois de tudo isso suprido, podemos nos guiar por propósito. Conforme as pessoas vão atingindo metas, realizando sonhos, acumulam experiências, seus valores mudam. A maturidade clama por novos valores. E os interesses são transformados.
O modelo de Barrett propõe que podemos considerar saudável e ideal quando temos valores em todos os níveis – desde o mais básico, o da sobrevivência (saúde física, por exemplo), até valores de serviço (altruísmo e cuidado abnegado). Alcançar este equilíbrio entre valores de todos os níveis é uma construção, um trabalho para uma vida toda.
Para Barrett, o primeiro passo para a expansão da consciência é a clareza dos valores e crenças. Como mencionamos acima, valores são um reflexo do que consideramos ser nossas necessidades – algo que se deseja conseguir, ter ou experienciar, que pode aliviar o sofrimento, ou nos fará mais felizes. Enquanto os valores são universais, as crenças, ainda de acordo com Barrett, são contextuais e culturais – suposições que mantemos como se fossem verdades – e que podem ou não serem verdades.
O especialista desenvolveu uma relação entre as necessidades, valores, pensamentos e comportamentos: nossas necessidades (dinâmicas) são a base de tudo. Elas são refletidas em nossos valores e crenças, que impactam nossa forma de sentir e pensar. A partir disto, nos comportamos e comunicamos de determinada forma. Portanto, uma forma eficaz de entendermos porque pensamos, sentimos e nos comportamos de determinada maneira, é por meio do entendimento de nossos valores e crenças.
Com este processo esclarecido, vamos voltar a abordar o autoconhecimento, que melhora a tomada de decisões. Quando sabemos o que carregamos no subconsciente, podemos trazer as percepções para o consciente e escolher os caminhos que queremos seguir. Desta forma, a pessoa passa a ter o poder de decisão – deixa de ser guiada pelos instintos, de agir de forma instintiva, e começa a se comportar de forma intencional. É dona da própria vida. Viktor Frankl, médico, pensador e sobrevivente do Holocausto, nos presenteou com esta citação:
Ao focarmos nos nossos valores, há a realização pessoal. Por isso precisamos nos conhecer bem, para optarmos por caminhos que levem os nossos valores em consideração, trazer para perto pessoas que compartilham dos mesmos princípios e buscar empresas para trabalhar, que reflitam essas prioridades. A chance de satisfação e sucesso profissional aumenta neste cenário.
Nas organizações, o autoconhecimento é especialmente importante entre os líderes, já que os valores e crenças do líder influenciam tanto as culturas corporativas quanto seu desempenho no mercado. Como só podemos apoiar outros em seu desenvolvimento quando expandimos nossa própria consciência, para desenvolver indivíduos e equipes, líderes precisam trabalhar em si mesmos. O nível de consciência do líder é o que define o potencial da organização.
Líderes crescem ao expandirem sua consciência com equilíbrio. Nós, da Quantum Development, apoiamos líderes e empresas a expandir sua consciência. Auxiliamos os nossos clientes a entenderem quem são e onde estão, para onde querem ir e como fazer isso. Neste processo de reflexão e de caminhada, somos seus parceiros de jornada!
Você gostaria de saber quais são seus valores no momento atual? O teste de Barrett pode ser feito de forma fácil e simples pela internet: https://www.valuescentre.com/pva
* Bianca Aichinger e Susana Azevedo são ex-executivas, coaches e sócias-proprietárias da Quantum Development.
Sobre a Quantum Development – diferenciando-se do mercado “comoditizado” de desenvolvimento, a Quantum foi criada com o propósito de apoiar organizações e líderes em sua busca por transformação para lidarem com um mundo em constante evolução e se tornarem “future fit”. Em seu portfólio de serviços, a Quantum oferece soluções integradas de desenvolvimento profissional para equipes, grupos e indivíduos que buscam estratégias de transformação eficazes e coerentes com seus valores.