Fazendo uma retrospectiva do ano, fiz o fechamento do meu log de livros consumidos em 2021. Como defini como objetivo para o ano consumir 20 livros, passei a anotar e tomei gosto pela coisa. A sensação de dever cumprido, e a possibilidade de tangibilizar um pouco meu investimento em mim me trouxeram uma motivação a mais. É um hábito novo (anotar), mas que fica.

Vocês devem ter percebido que o verbo que utilizei em relação aos livros não foi ler, mas consumir. Isso porquê, este ano também descobri o prazer de ouvir livros – os chamados audiobooks. Meus conteúdos me acompanharam entre os lockdowns, cestos de roupa pra dobrar, e passeios pelos bosques e vinhedos de Viena. Além de conhecimento, estes áudios me trouxeram reflexões importantes. Ouvir livros é mais um hábito que fica, e que foi criado através de uma estratégia que aprendi em um dos livros que li. “Habit bundling”, na formação de novos hábitos, é quando “conectamos” um hábito que já temos (e gostamos – neste caso as caminhadas) com outro que queremos criar. Posso dizer hoje que a estratégia foi testada e funciona.

O resultado desta mudança de hábitos e da clareza do objetivo foi que consumi 45 livros em 2021. Quase dois terços foram em áudio. Alguns livros, que não me fisgaram, ficaram pela metade e não entraram no resultado. Nunca parei pra planejar o que iria ler, mas olhando pra trás, vejo que os livros que li refletem muito meu momento. Dos 45 livros, 20 foram sobre Coaching ou temas associados (indivíduos, grupos, equipes, neurolinguística e afins). Em segundo lugar, vieram os livros sobre liderança – foram 8 ao todo. Terceiro lugar foram os livros em alemão – que foi um grande foco do primeiro semestre, com 5 ao todo. Espiritualidade, maternidade/ adolescência, saúde e bem estar e entretenimento empataram com 3 de cada. Isso tudo sem pensar ou planejar – sem a tal da intencionalidade, que é algo que prego.

Neste processo, aprendi muito sobre pessoas, sobre mim mesma, e sobre criação de hábitos. Quando me pergunto, em relação ao meu relacionamento com os livros, o que deu certo, vejo algumas coisas com clareza:

• Ter um livro sempre por perto, à vista e fácil de acessar – longe dos olhos, longe do coração. O ditado não poderia ser mais verdadeiro.
• Me permitir parar no meio de livros que não gostasse me permitiu ler conteúdos que normalmente jamais teria lido – sabendo que se não gostasse eu poderia parar, assumi alguns riscos que fizeram muita diferença, como alguns títulos sobre espiritualidade e outros mais desafiadores em alemão.
• Ter uma meta clara, que parecia tanto desafiadora quanto factível trouxe a medida certa de motivação.
• Anotar sempre que acabava um livro, ver a listinha crescer, e comemorar toda vez, mesmo que somente com um sorriso pra mim mesma.
• Experimentar formatos novos, como os audiobooks, me abriram portas que eu jamais imaginava. Este formato, além de barato, prático e sustentável, me trouxe acesso à uma enormidade de títulos de forma muito acessível.
• Ainda nos audiobooks – fones bluetooth, sempre por perto, foram meus companheiros constantes sempre que estava sozinha. Melhor aquisição de 2020.
• Last but not least – apaguei os apps de mídias sociais do meu telefone. Vocês não imaginam quanto tempo ganhei com esta medida. Ainda curto e acesso pelo navegador, mas dificultar hábitos que queremos eliminar também ajuda bastante!

Pensando no que posso melhorar pra aproveitar ainda mais minhas leituras em 2022, penso em trazer consciência e intencionalidade pra este hábito. Não quero ler mais do que em 2021, até porque pretendo voltar a ter uma vida fora de casa, mas acho que conectar a leitura, de forma intencional, aos meus objetivos profissionais e de vida pode ser muito positivo. Assim, meu foco pro primeiro trimestre serão os livros sobre adolescência, empreendedorismo e entretenimento. Não me atrevo planejar o foco do ano todo porque sei que tudo pode mudar, mas o objetivo quantitativo é 40 livros.

E você? O que leu este ano? O que isto revela sobre este período? O que você precisa ler ano que vem pra chegar onde quer chegar? Me conta!